Onde comprar o Bombo leguero

Informações pelo E-mail: betobuuron@gmail.com ou para (55) 3513-0281 ou (55) 8134-2289 . Preços e condições de pagamentos diversos.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

EM BUSCA DAS ORIGENS DO BOMBO LEGUERO

BOMBO LEGUERO
 
O bombo leguero, instrumento bimenbranófono é característico do gaúcho argentino, hoje aquerenciado no Rio Grande. Sabe-se que o tambor é talvez o mais antigo instrumento musical: na noite das cavernas, algum ancestral nosso bateu por acaso num tronco oco e gostou do som que ouviu. Hoje o mundo musical no folclore de todos os povos não dispensa algum tipo de tambor.
Na Argentina são folclóricos dois tambores bimenbranófonos, de culturas diferentes: a caja, pequena, de origem coya indígena, e o bombo leguero, bem grande, de origem gauchesca.
Há muitos anos, quando me fiz folclorista à sombra do mestre Carlos Galvão Krebs, era um purista. Em 1959 a professora uruguaia Marina Cortina Lampros reuniu em Porto Alegre moças oriundas do balé e uns rapazes de invernadas artísticas de CTG. Entre eles, Carlos Castillo, Cláudio Lazzarotto, Jorge Karan, Eri Assenato e eu. Fundou-se o Conjunto de Folclore Internacional que mais tarde eu vou batizar de Os Gaúchos. Fomos os primeiros a apresentar as danças folclóricas argentinas aqui. Numa das viagens por Buenos Aires e Santiago del Estero trouxemos de lá o Eri Assenato, e eu, dois bombos legueros.
Eri Assenato logo começou a fabricar bombo leguero aqui entre nós, seguindo o modelo “moderno” do bombo argentino de madeira compensada. Os primeiros grandes tocadores de bombo leguero entre nós foram Glênio Fagundes e Bebeto Klotz.
Lá por 1978, eu passava pelo Alegrete, e um sobrinho meu, guri ainda, se apaixonou pelo bombo que eu havia trazido da Argentina. Ganhou o instrumento de presente, no qual e tornou um virtuoso. Nome? Ernesto Vilaverde Fagundes, hoje mestre absoluto no bombo leguero. Pois agora em fevereiro o Ernesto vai fazer uma viagem ao mesmo tempo sentimental e cultural. Vai percorrer Santiago del Estero, na Argentina, documentando a história do bombo leguero, o que vai resultar num vídeo dirigido porRenê Goya Filho. É plano do Ernesto encontrar o Índio Froilán, internacionalmente respeitado como luthier de bombo leguero. Também fará parte da caravana o Paulinho Fagundes, violão altamente respeitado.
Foi para o Ernesto que escrevi os versos no Festival da Barranca, que meu irmão Bagre musicou: “Sou o guri pelo duro / Campeando um mundo de amor / E me vou rumo ao futuro / Tendo no peito um tambor”.
O Ernesto vai em busca das origens do instrumento que tanto valoriza e das suas próprias origens, como gaúcho brasileiro e americano.
TEXTO DE NICO FAGUNDES PUBLICADO NO DIA 16 DE JANEIRO NO JORNAL ZERO HORA


Nenhum comentário:

Postar um comentário